Clint Eastwood - 91 anos dedicados ao cinema


Cry Macho - O Caminho para Redenção (Divulgação/Warner Bros.)

“Fui aconselhado a não fazer praticamente nada do que fiz até hoje” - Clint Eastwood.

Aos 91 anos de idade, Clint Eastwood, cineasta estadunidense e uma das maiores lendas da história do cinema, lançou um novo filme: ‘Cry Macho: O Caminho para a Redenção’. O longa é sobre uma antiga estrela de rodeio que acaba demitido e parte em uma viagem para resgatar o filho do ex-chefe das gangues que o cercam, visando pagar uma dívida antiga entre os dois.

Somente nos últimos dez anos foram nove produções em sequência como diretor. O cineasta dedicou a última década a filmes com temáticas mais realistas e cotidianas, buscando retratar o dia a dia de pessoas comuns que ganham destaque sem procurar por isso, como é o caso de ‘Sully: O Herói do Rio Hudson’ (2016). Baseado em fatos sobre o piloto Chesley Sully (Tom Hanks), que evita um desastre ao pousar um voo fadado à tragédia.

Sully: O Herói do Rio Hudson (Divulgação/Warner Bros.)

A carreira de Eastwood começou com pequenos passos na década de 50, fazendo poucas aparições na televisão e no cinema. O astro começou a ganhar reconhecimento apenas alguns anos depois, em 1964, recebendo um dos papéis principais na ‘trilogia dos dólares’, do conceituado cineasta Sergio Leone. Obras de western italiano, indústria secundária no cenário da época. Pela repercussão dos críticos, os filmes se tornaram cults modernos e são apreciados até hoje, ajudando a abrir as portas para Clint trabalhar no mercado cinematográfico norte-americano durante os anos 70.

Três Homens em Conflito (Divulgação/Constantin Films)

Arriscando tudo, em 1971, Clint decidiu criar a própria companhia de filmes nos Estados Unidos, dirigindo seu primeiro filme. ‘Perversa Paixão’ foi um suspense sobre um radialista que vivia perseguido por uma fã, obra que não causou muita procura pelo público. Sem perder as esperanças, no mesmo ano, o ator foi selecionado para atuar no papel de um inspetor policial amargo e mal-humorado “Dirty” Harry Callahan, no longa ‘Perseguidor Implacável’. Como um sucesso estrondoso de bilheteria, o que parecia algo promissor, se tornou uma franquia de lucros altíssimos, e serviu para colocar o cineasta como um nome forte entre o círculo de Hollywood.

Perseguidor Implacável (Divulgação/Warner Bros.)

Em 1973, Clint finalmente marcou o seu nome na história cinematográfica especificamente como diretor, produzindo o filme que serviu como um divisor de águas de tudo que viria depois como autor: ‘O Estranho sem Nome’. A obra causou muita polêmica à época por se tratar de um faroeste (gênero mais popular estadunidense) revisionista e subversivo, colocando a figura central do cowboy como um anti-herói contra o “establishment". O ‘estranho’ transforma uma pequena vila interiorana em um local com preceitos comunistas, ao promover a igualdade entre os moradores, com todos usufruindo dos recursos gratuitamente.

O Estranho Sem Homem (Divulgação/Universal Pictures)

De lá pra cá, com liberdade criativa, Clint enfileirou clássicos, sendo o único ator da história do cinema a estrelar em filmes considerados de grande sucesso por cinco décadas consecutivas. Ganhou quatro Oscars, dois cada como Melhor Diretor e Melhor Filme, por ‘Os Imperdoáveis’ (1992) e ‘Menina de Ouro’ (2004). Além de dirigir, Eastwood costuma atuar na maioria de seus longas e também foi indicado na categoria de Melhor Ator na premiação em duas oportunidades.

Menina de Ouro (Divulgação/Warner Bros.)

Somando suas décadas de filmografia, Eastwood acabou marcado por investir em papéis de personagens frios e durões, porém, avaliando o escopo de sua carreira, pode se criar outro tipo de percepção. Poucos cineastas conseguem traduzir sensibilidade e apelo dramático tão bem quanto Clint. Seja na narrativa de um romance efêmero e intenso em ‘As Pontes de Madison’ (1995) ou no emocionante suspense sobre a ligação entre três amigos em ‘Sobre Meninos e Lobos’ (2003).

As Pontes de Madison (Divulgação/Malpaso Productions)

Fã de Jazz, Clint possui uma grande coleção de LPs. O interesse pela música motivou seu filho Kyle a se tornar músico do estilo. Pelo grande amor aos animais, o diretor é um grande ativista e participa de várias reuniões que buscam proibir a caça ilegal, colaborando com institutos de defesa aos animais.

Na casa dos noventa, Clint se sente motivado para continuar a fazer cinema: “Não tenho outra coisa para fazer (...) Talvez algumas outras pessoas gostem de fazer um par de filmes e depois se aposentar, e isso é ótimo. Talvez elas tenham alguma outra coisa para fazer. Eu não tenho. Amo filmes, e amo fazê-los".

(Divulgação/Celebrity Net Worth)

Por Vinícius Galan

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