A eleição não pode ser o nosso fim


(Foto: Diário do Nordeste)

A eleição definitivamente não pode ser o nosso fim. Ela deve ser o nosso meio. Meio para que a partir dela se construa um começo. Muita gente anda adormecida, seja por falta de tempo, apatia ou simplesmente o puro ódio à política e, principalmente, aos políticos. 

Andam dizendo por aí que não tem ninguém que preste para nos representar, ou as pessoas capazes de fazê-lo querem estar longe do jogo partidário, do jogo político oficial. Que política é algo sujo, imoral, escuso. Esse ledo engano da população geral ajuda aos movimentos de alternância continuarem estagnados, que o famoso “político de carteirinha” continue beneficiando aos interesses próprios e não os da maioria.

Em primeira instância precisamos entender que, querendo ou não, fazemos política, somente o ato de aversão a ela já a fortalece, e muito. A conivência é uma ferramenta invisível e poderosa na mão daqueles que querem tudo, menos trabalhar para o bem-comum. Eu gostaria muito de assistir com um balde de pipoca o momento que todos descobrirem que esses egocêntricos não passam de funcionários públicos, que a gente paga todo mês para eles promoverem ações que propiciem melhorias nos direitos de todes.

Não, não se deve governar só para quem votou em você, você deve governar para a nação, do milionário à pessoa em situação de rua, todos temos os mesmos direitos constituídos em 1988. E precisamos urgentemente de mudanças nesses direitos, não podemos mais ver as minorias quantitativas e psicológicas sendo tratadas como inimigos, como escória, lixo não reciclável.

E como podemos fazer isso? Difícil, né? Não, nem um pouco. É simplesmente a eleição não servir como o nosso fim, o fim dessa gente sofrida e batalhadora que está cansada do preconceito alheio, do olhar de reprovação por simplesmente ser quem é, da violência gerada pela ignorância.

Temos que resgatar o nosso amor à política, mas não só de quatro em quatro anos, temos de continuar a vigiar para não ser punidos. E como estamos sendo punidos. Por isso, na hora de apertar os botões naquela urna, numa sala abafada de calor, lembre bem que isso está transformando a sua vida, querendo você ou não.

E mais, antes de entrar naquela sala se certifique que o cidadão escolhido vai trabalhar com você, e não contra. Se ele vai promover assembléias públicas durante o mandato, se vai te inserir na jogada, se desperta a empatia dos menos favorecidos, se está realmente disposto a equilibrar a balança. A dar dignidade aos que nunca tiveram, e talvez nunca terão, dependendo da sua escolha.

Buscar a equidade de oportunidades em um país subdesenvolvido socioeconomicamente e rodeado pelo espectro da corrupção, é um caminho árduo e espinhoso, mas que se trilhado com a coragem e a união da massas, o fim de estrada pode ser iluminado. E com esperança, sempre.

Por Vinícius Galan

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