Setembro Amarelo - o mês da prevenção ao suicídio
Projeto busca reduzir o número de suicídios no Brasil através da conscientização e do diálogo
| (Foto: Freepik) |
Segundo um relatório realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), referente ao ano de 2016, uma pessoa comete suicídio a cada 40 segundos mundialmente. No total, são cerca de 800 mil casos por ano. No Brasil, há uma média anual de 11 mil, segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade. A prática é considerada um problema de saúde pública, que pode ser evitado com base em programas e estratégias de conscientização, levando em conta que a maioria dos suicídios estão relacionados diretamente a transtornos mentais, como depressão e bipolaridade, que são doenças tratáveis com ajuda psicoterapêutica.
A campanha Setembro Amarelo foi criada em 2015, como uma iniciativa conjunta entre o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em uma tentativa de diminuir o número de casos, que aumentaram 7% em seis anos no país, entre 2010 e 2016. O intuito da campanha brasileira é trabalhar em prol da conscientização em relação à prevenção ao suicídio. O dia 10 de setembro é, desde 2003, considerado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, instituído pela OMS e pela Associação Internacional de Prevenção ao Suicídio (International Association for Suicide Prevention - IASP).
O amarelo foi escolhido para representar a campanha devido à morte do estadunidense Mike Emme, que tirou a própria vida em 1994, aos 17 anos. Em seu funeral, os pais, Dale e Darlene Emme, e amigos, distribuíram 500 cartões com fitas amarelas, em referência à cor do carro do jovem, contendo mensagens de apoio destinadas a quem estivesse precisando, os encorajando a pedir ajuda. O acontecimento se espalhou pelos Estados Unidos e a fita amarela acabou se tornando o símbolo da luta contra o suicídio.
Apesar de ser um assunto que precisa ser falado durante o ano todo, em setembro é dado um destaque maior para a causa. O movimento funciona como um alerta para a importância da discussão sobre o tema, que ainda é tratado como tabu. Instituições públicas e privadas, órgãos de saúde e a população em geral se mobilizam para incentivar o diálogo e a disseminação de informações que auxiliem na identificação de pensamentos suicidas, além de proporcionar o debate de forma responsável e adequada, tentando quebrar os preconceitos e mitos ao redor da questão.
Desde que a campanha começou, diversos monumentos e pontos turísticos brasileiros já foram iluminados com luzes amarelas, com a finalidade de dar visibilidade para o movimento. Entre eles, estão o Cristo Redentor (RJ), o Estádio Beira Rio (RS), o Elevador Lacerda (BA), o Congresso Nacional e o Palácio do Itamaraty (DF). Além disso, times de futebol, como o Santos Futebol Clube, o Clube de Regatas do Flamengo e o Esporte Clube Vitória, também já participaram da ação.
| Palácio do Congresso Nacional (DF) em campanha pelo Setembro Amarelo, em 2015. (Foto: Jonas Pereira/Agência Senado) |
Para aqueles que podem estar precisando de alguma ajuda ou suporte emocional, o CVV oferece voluntários disponíveis durante 24 horas por dia, que podem ser acessados gratuitamente através do número 188, ou pelo chat online no site www.cvv.org.br/chat, com atendimento de segunda à quinta, das 9h à 1h, às sextas, das 15h às 23h, aos sábados, das 16h à 1h, e aos domingos, das 17h à 1h.
Por Augusto Ferreira
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