Pequenos negócios e os grandes desafios da quarentena


Pequenos negócios são fortemente afetados pela Covid-19 e buscam estratégias para sobreviver em meio à crise

(Foto: Divulgação/Rawpixel)

No último dia 20 de março, o Governo do Estado de São Paulo anunciou um decreto que fecha parte do comércio local da capital, incluindo lojas em shoppings. A medida visa conter a disseminação do coronavírus na maior metrópole do país. A pandemia causada pela Covid-19 já chegou a 204 países, com cerca de 3,85 milhões de casos confirmados e 270 mil mortes, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

O momento faz com que as pequenas empresas enfrentem uma queda no número de clientes, e consequentemente, no lucro. De acordo com pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), até o momento, os pequenos negócios têm sido fortemente afetados. Na terceira semana de março, quando as medidas restritivas ainda estavam começando, 89% dos empresários declararam queda de faturamento de 64%. E as previsões futuras não são nada otimistas, a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) estima que o setor do comércio e serviços tenha impacto negativo superior a R$ 100 bilhões nos próximos meses.

Na região da Lapa, Vila Romana, muitos negócios locais têm procurado seguir estratégias para manter as contas em dia em meio à crise estabelecida. Como é o caso de Miguelino Ferreira da Silva, dono de uma lanchonete: “O efeito da pandemia tem sido muito grande, meu movimento caiu em 80%. A estratégia que estou usando é a divulgação, eu não tinha aplicativos de venda digital, mas agora baixei. Minhas entregas a domicílio eram poucas, porém, no momento tento me manter com o delivery. Mesmo sendo muito difícil, não consigo ver outra alternativa.”

Lanchonete de Miguelino está de portas fechadas (Foto: Vinícius Galan) 

O Sebrae-SP recomenda que empreendedores, assim como Miguelino, invistam na presença digital de seus negócios, oferecendo vendas online e entregas a domicílio, se o segmento permitir. "É melhor se adequar ao delivery do que deixar de vender", defende a entidade. A startup ‘iFood’ criou um fundo de R$ 50 milhões com um conjunto de medidas para auxiliar restaurantes em meio à pandemia.

Outra alternativa vem da ‘Fintech Cora’, startup de serviços financeiros. Para ajudar os pequenos negócios, como lojas de bairro, a conseguir manter o fluxo de caixa, a empresa lançou o site ‘Compre dos Pequenos’. Funciona da seguinte forma: a pessoa compra um voucher no valor desejado de um dos estabelecimentos cadastrados no site. Depois que a crise passar, o voucher pode ser usado para comprar algum produto naquele local. Não há taxas para quem compra o voucher nem para o estabelecimento cadastrado.


Por Vinícius Galan

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